segunda-feira, 24 de abril de 2017

O 1º dia da cidade, 11 de abril de 1962


Centro de Tuparetama no final da década de 60 e início dos anos 70 
A Lei Estadual nº 3.332 de 31 de dezembro de 1958 criou o município de Tuparetama, desmembrando-o de Tabira, do qual era Distrito. Porém a instalação oficial do município só aconteceu em 11 de abril de 1962, que passou a ser a data oficial da sua emancipação política, ou de forma mais popularmente adotada, a data de aniversário da cidade e do município. 

Dias antes, em 07 de abril, o comerciante João Tunu da Costa que fora nomeado prefeito interino do município,  tomara posse e assinara os documentos necessários para instalação do novo município na cidade de Recife. Sua investidura no cargo e a inauguração da Prefeitura aconteceu no dia 11 de abril, conforme registrado na ATA DE INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TUPARETAMA: 

 “Aos 11 (onze) dias do mês de abril do ano de 1962 na cidade de Tuparetama, sede do município do mesmo nome, que, pela Lei nº 3.332 de 31 de dezembro de 1958, foi desmembrado do Município do Tabira, deste Estado de Pernambuco, ao qual pertencia como sede do terceiro distrito, aí, à rua Cel. Manoel Benedito, s/n, no prédio onde iria funcionar a nova edilidade, compareceu o cidadão João Tunu da Costa, primeiro prefeito do novo município, nomeado pelo Exmo. Sr. Governador do Estado, engenheiro Cid Feijó Sampaio, cujo ato recebeu o número 954, datado de 06 do mesmo mês de abril, já tendo prestado compromisso e tomado posse do cargo perante o Exmo. Sr. Secretário de Estado dos Negócios do Interior e Justiça, na cidade do Recife, em data de 07, ainda no referido mês de abril, declarou em presença de diversas pessoas da sociedade local aí presentes, instalado o novo município de Tuparetama para o qual havia sido nomeado , conforme acima menciona, e, que, de acordo com a referida Lei 3.332, de 31 de dezembro de 1958, passava a pertencer ao seu território a Vila de Ingazeira e o povoado de Santa Rita. Eu, Maria Salete Nogueira, a escrevi. (aa) João Tunu da Costa; Pedro Torres Tunu; Jose Sotero de Menezes; José Felipe de Oliveira; João Ângelo da Silva; Antônio Marques da Silva; José Nonardo da Cruz; João Silvestre da Silva; Luiz Filomeno de Vasconcelos; Sebastião Cavalcante de Siqueira; Elias Souto Siqueira; José Ferreira dos Santos; Cipriano Xavier de Lima; João Felipe de Lima; Belarmino Lopes da Silva; Alonso Rodrigues de Souza; Oton Leite de Oliveira; Sebastião Dias de Oliveira.” 

Centro de Tuparetama no final da década
de 60 e início dos anos 70
 
A escolha do nome de João Tunu para o cargo de prefeito, foi feita pelos‘Baluartes da EmancipaçãoSeverino Souto, Abílio Leite, Oton Leite e Pedro Tunu”, tendo como principal razão a sua situação financeira, sendo por isso o único dentre o grupo em condições de bancar as despesas com viagens, com documentos e com a implantação da prefeitura. João Tunu foi convencido por seu filho Pedro Torres Tunu a bancar essas despesas desde o início da campanha de emancipação. 

Os primeiros cargos públicos do novo município foram distribuídos pelos Udenistas de Tuparetama ( partido político da situação) entre seus parentes e amigos. Pedro Torres Tunu foi nomeado como Coletor Estadual; Severino Souto indicou seu filho Severino Souto Filho para o cargo de Tabelião e seu irmão, João Souto, como agente Arrecadador (Guarda Fiscal); Oton Leite indicou Quitéria Carneiro para a zeladoria da Escola Ernesto e indicou Zé Marques e Antônio de Hilário para os cargos de Oficiais de Justiça; Abílio Leite indicou Pedro Damião para as funções de Carcereiro e a si próprio como Delegado do SAPS. 

No ano seguinte, em 1963, realizam-se as primeiras eleições do novo município, elegendo Severino Souto de Siqueira para prefeito. De modo dinâmico, com entrega literal de corpo e alma, ele dedicou-se à ‘construção’ do município de Tuparetama, fazendo-o até onde lhe possibilitaram os limitados meios físicos, econômicos, políticos e sociais da época.

Tárcio Oliveira
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

OS COLÉGIOS BOM JESUS E PAROQUIAL


Pe. Mário Marangon foi um dos incentivadores da educação em Tuparetama

GINÁSIO BOM JESUS 

A criação do Ginásio Bom Jesus foi um marco importante na história da educação do município. Até então os estudantes de Tuparetama dispunham apenas do ensino primário. Somente os filhos de famílias mais abastadas podiam dar continuidade aos estudos, fazendo o curso Ginasial (da 5ª a 8ª série) nas cidades vizinhas ou em Recife. O ingresso no Ginásio exigia um curso preparatório e teste, denominados Admissão.

Foi Pedro Torres Tunu, recém chegado do seminário, o principal responsável pela implantação do curso Ginasial em Tuparetama. Procurou Francisco Chaves Perazzo que intermediou com Francisco Zeferino Pessoa a cedência de seu armazém da Rua Ernesto de Souza Leite ( hoje local do Supermercado Nordeste) para as aulas.

Não era fácil passar no teste de Admissão. Era como um vestibular
para ingressar no curso colegial, equivalente aos anos de 5ª a 8ª série de hoje
O curso de admissão teve início em 1962, sob orientação de Bernardo Jucá. Funcionava à noite, à luz de lampião cedido por Chico do Bar. O quadro negro fora encomendado a Anastácio Pereira Xavier. Inicialmente o único professor era Pedro Tunu, depois Severino Souto Filho e Maria do Socorro Pessoa, recém chegados à cidade, já formados. Souto assumiu as aulas de Matemática e de Geografia. Socorro, as de Português e de História, enquanto Pedro Tunu afastava-se do ensino para assumir seu cargo de coletor estadual.

Em 1964 o Curso Ginasial foi implantado oficialmente em Tuparetama pelo professor Duque R. Sampaio de São José do Egito, com o nome de Ginásio Bom Jesus ocupando o prédio da Escola Ernesto de Souza Leite.

A primeira formatura do Ginásio Bom Jesus deu-se em 1967 e teve como formandos: Ana Maria C. Perazzo; Adelzita Moraes Silva; Diozita Maria Leite; Maria José Perazzo; Maria de Lourdes Souza; Felicidade Trajano Branquinho; Maria do Socorro F. de Vasconcelos; Maria Bernadete Lima; Clóvis Leite Ferreira; Maria Salete Nogueira; José Arnaldo Rabêlo; Carolina Lima de Souza; Valdir Daniel de Almeida; Adedy Lopes de Araújo e Maria José Viana.  O painel alusivo à formatura, com fotos dos professores e formandos encontra-se no Museu da Casa da Cultura de Tuparetama.

ESCOLA PAROQUIAL 

Marangon e estudantes do Magistério
Construída em 1968, ao lado da igreja matriz, por iniciativa do Pe. Mário Marangon, funcionou até o final do ano letivo de 1990. Inicialmente foi denominada Escola Mínima Paroquial, depois Escola Reunida Paroquial. Suas primeiras diretoras foram Mª Auxiliadora Perazzo Leite (março de 1968 a maio de 1987) e Rita Maria Pessoa  Leite de Lima (maio de 1987 a fevereiro de 1991) .

A Escola Paroquial implantou o Curso Magistério em Tuparetama, cuja primeira formatura deu-se em 1972 com a seguinte turma: Ana Maria Perazzo, Beatriz Aragão Perazzo, Dione de Lima Leite, Lêda Meira, Maria Helena, Maria José Lima, Maria das Graças Oliveira, Maria Socorro de Vasconcelos e Maria de Lourdes Leite Ferreira. O curso Magistério teve como diretores, de sua fundação até 1974, Mario Marongon, Duque R. Sampaio e David Soares.

A partir de 1974 o curso Magistério passou a funcionar na Escola Municipal Joaquim Ferreira de Melo (Colegio Bom Jesus) construído na gestão do prefeito Antônio Ferreira de Melo.  Com a construção da Escola Imaculada Conceição (Hoje EREM Cônego OLímpio Torres) o Colégio Bom Jesus foi desativado e passou a ser sede da Casa da Cultura de Tuparetama e Biblioteca Pública Municipal Escritor Monteiro Lobato.

Tárcio Oliveira 
Texto  adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

NÃO TIVEMOS MÃE PRETA, TIVEMOS "PAI" BRANCO, O CORONEL MANOEL BENEDITO


A história tem suas ironias e o fundador de Tuparetama, o coronel Manoel Benedito de Lima é vítima de uma delas. É que muitos tuparetamenses, professores inclusive, ainda hoje atribuem ao coronel a fama de amante da Negra Manoela, que por sua vez teria sido a primeira moradora da localidade, num casebre de taipa tipo meia-água. 

Ainda há poucos dias, lendo as postagens de amigos no Facebook referindo-se ao aniversário da cidade, vi algumas citando o romance entre o coronel Manoel Benedito e a Negra Manoela como se verdade fosse. Ou seja, apesar de já termos esclarecido essa história há muito tempo, desde a publicação de “Tuparetama, o livro do município” em 1999, pra muita gente o que importa é a lenda e não a verdade. 

Então vamos esclarecer essa história novamente: 

O sr. Manoel Benedito de Lima, possuidor da patente de coronel, foi um homem profundamente religioso, conservador, de valores tradicionais. Tinha boas relações com todos. Era dinâmico, ativo e empreendedor, além de esposo e pai de família dedicado. Com a esposa Angélica Madalena de Lima (nascida em 03 de fevereiro de 1872) tiveram os filhos João, Ana, Pedro, Benedito, Ângela, Elias, José, Irênio, Balbina, Josefa e Vital

O coronel Manoel Benedito e dona Angélica formavam um casal exemplar pela união e harmonia em que viviam. Contam que Angélica destacava-se entre as senhoras da época por ser uma excelente cavaleira. Ao contrário de Manoel, que preferia andar a pé, ela gostava de andar à cavalo. Possuía seu animal e todo um equipamento feminino para montaria (silhão, chapéu–com larga fita vermelha- e xale). 

Ter uma amante ou casos extra-conjugais é algo que seria impensável para ele, que nunca as teve e até onde pudemos constatar através de depoimentos sérios de pessoas antigas à época da pesquisa para o livro, o coronel sempre reprovou esse tipo de atitude machista, ou pelo menos reprovava no pai, esse sim, com certa fama de namorador. Era ao seu pai, Seu Benedito, dono de casa no Sítio Fortuna e na cidade de São José do Egito, onde foi delegado, que atribuíam o namoro com Manoela. 

A Negra Manoela

Imagem digitalizada apenas para
efeito de ilustração.
Não há registro fotográfico da Negra Manoela

 mas segundo depoimentos de antigos, 
ela era muito bela e seria uma mestiça
de negro com índio.
A mulher que passou pra história como Negra Manoela tinha pele morena escura e cabelos lisos (mistura de negros e índios?). Cozinheira de mão cheia, vendia café, pinga, tira-gosto e talvez almoço primeiramente na frente do seu casebre de taipa nas primeiras feiras do local que seria mais tarde o povoado Bom Jesus. Essa informação não é consenso pois alguns afirmam que Manoela morou pouco tempo na localidade passando a viver em São José do Egito antes da construção das primeiras casas de Bom Jesus. 

Em São José do Egito de fato ela teve seu hotel que teria sido custeado por Seu Benedito. Quando a esposa de Seu Benedito adoeceu em estado grave, no Sítio Fortuna, seu filho o coronel Manoel Benedito a trouxe para sua casa no povoado Bom Jesus, onde teria falecido. Foi então que Seu Benedito assumiu o caso com a Negra Manoela, levando-a para morar com ele no Sítio Fortuna. Manoela faleceu já idosa tendo sido sepultada talvez em São José do Egito ou Riacho do Meio, na nossa pesquisa não encontramos nenhum registro alusivo ao seu óbito e local de sepultamento. 

Portanto, embora todos nós tuparetamenses saibamos de cor os versos do hino municipal que se referem à Negra Manoela, tratada com muita liberdade poética, “Tua História de estória tão singela/ tem começo na casa original/ da mãe preta, a negra Manoela/ que abençoa do céu o teu fanal”,  na verdade sua importância histórica limita-se ao fato de ter sido a primeira habitante do local onde cresceu a cidade de Tuparetama.

O coronel Manoel Benedito de Lima

Imagem digitalizada de casal do início do século XX
apenas para efeito de ilustração..
Não temos fotos do coronel Manoel Benedito
Já o coronel Manoel Benedito de Lima com certo espírito de liderança, não só fundou o povoado Bom Jesus (hoje Tuparetama) com a construção de sua casa que foi também o primeiro armazém e a primeira bodega da localidade, como reuniu os demais senhores de posses da época, comerciantes e agropecuaristas como ele em torno de empreendimentos como a realização da primeira feira do local, a vinda do primeiro padre para celebração da santa missa e batizados, a construção da capela do Sagrado Coração de Jesus e do cemitério.

Foi o coronel o doador do primeiro caixão da caridade, usado para sepultar os pobres, que até então se fazia utilizando redes de dormir. Foi também o coronel Manoel Benedito quem fez em 1921 o requerimento para demarcação judicial das terras e propriedades rurais da localidade a partir da data de São Francisco.

Gostava de ler, possuindo livros religiosos, talvez um exemplar das Horas Marianas, muito popular na época. Trouxe os primeiros professores para o povoado instalando a ‘escola provisória’ numa sala de sua residência. De bom relacionamento, era admirado sobretudo por ser homem de fortes princípios, nunca voltando atrás numa palavra dada. Tomava freqüentemente a iniciativa de organizar as festas da comunidade para isso visitando todas as casas do povoado e fazendas circunvizinhas em busca de apoio e colaborações.

Era em sua casa que ficavam hospedadas as autoridades e chefes políticos de passagem pelo povoado. Foi ele o promotor do nosso primeiro leilão. Também fazia às vezes de chefe de polícia local antes da nomeação do primeiro comissário de polícia, resolvendo os casos de desavenças e promovendo a união e a paz.

Durante as festas, quando passeava entre o povo ali presente ao lado dos outros fazendeiros seus amigos, era aplaudido aos gritos de “Viva o Baita Manoel Benedito!”, uma demonstração do seu prestígio. Talvez a maior qualidade do coronel tenha sido seu espírito de união e de comunidade, buscando resolver os problemas sempre em grupo com seus amigos, nunca isoladamente. Possuía muitos afilhados, sinal do prestígio e da sua influência na população.

O coronel Manoel Benedito faleceu no dia 11 de novembro de 1938. Nas suas andanças a pé, voltando de uma visita a sua propriedade na Fortuna, já à noitinha, teve a visão embaçada pela fumaça de coivaras acesas próximas ao Rio Pajeú e caiu numa grota, quebrando o fêmur. Foi conduzido a Caruaru para tratamento médico, mas faleceu dois meses depois. Seis meses após sua morte, em 22 de maio de 1939, sua esposa, amiga e companheira Angélica também falecia. A grande família por eles iniciada conta hoje com 80 netos, bisnetos e tataranetos, sendo alguns dos seus netos e bisnetos profissionais liberais, empresários, comerciantes, produtores rurais e políticos com muitos serviços prestados à comunidade como é o caso dos ex-vereadores Hidalberto Lima e João Lima.

Tárcio Oliveira 
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

NOSSAS PRIMEIRAS RÁDIOS, DIFUSORAS NO CENTRO DO POVOADO




Em 1949 a Vila Tupã, hoje Tuparetama, ganhou um serviço de som chamado RÁDIO AMPLIFICADORA. A iniciativa foi de Severino Souto, que instalou os equipamentos em sua residência, adquiridos com recursos obtidos através de campanhas realizadas na comunidade. 

A Rádio Amplificadora era um serviço de som com microfone, toca-discos, amplificador e difusoras instaladas no centro da Vila.  As difusoras divulgavam os acontecimentos políticos e sociais, tocavam os sucessos do momento e realizavam programas musicais com a participação dos ouvintes. Havia também concurso de calouros que revelaram cantoras da terra como Suzana Fidélis, Salete Nogueira, Maria José Viana. Outra marca da Rádio Amplificadora era a hora do ângelus com a Ave Maria, tradicionalmente às 18:00 horas.

Todos os dias a rádio iniciava sua programação com a música característica, Cisne Branco, e a mensagem: “Com essa característica musical entra no ar o serviço de alto-falante da nossa Rádio Difusora” e no encerramento: “Retira-se do ar o serviço de alto-falante, voltando amanhã no horário de costume se Deus assim nos permitir". 

A Rádio Amplificadora foi marcante para a vida sócio-cultural da localidade, um pequeno povoado isolado no interior do Estado onde não havia muitas opções de lazer e não se dispunha de aparelhos de rádio ou TV.  As pessoas reuniam-se nas calçadas das suas casas não somente para para conversar, mas também para ouvir, pedir e oferecer músicas. 

Em 1977, muitos anos depois da desativação da Rádio Amplificadora, Geraldo Vieira de Lima e Carlos Roberto da Silva instalaram um serviço de alto-falante na sua oficina de consertos de rádios e eletrodomésticos que funcionava na Rua Ernesto de Souza Leite. O serviço foi intitulado ‘Eletro-rádio Pajeú’, daí o apelido de Carlos Roberto, que ficou conhecido desde então como Carlos da Eletro-rádio. A Eletro-rádio fazia a divulgação de mensagens e avisos da comunidade, programas musicais e apresentações de artistas da cidade e região.

Tárcio Oliveira 
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

EXECUTIVO E LEGISLATIVO DE TUPARETAMA - De 1962 a 2017



1º Prefeito: 1962-1963 
JOÃO TUNU DA COSTA- nomeado



2ª Gestão- de 1963 a 25 de novembro de 1966 
Prefeito: SEVERINO SOUTO DE SIQUEIRA 
Candidatos: Severino Souto x Francisco Zeferino Pessoa
Vereadores eleitos: José Perazzo Leite; Pedro Torres Tunu; José Luciano de Lima; Elias Pessoa; Oton Leite de Oliveira; José Mariano de Lima; Aristaqui José Veras; Expedito Brito Veras; Elias Felipe Pessoa.

3ª Gestão - de 1967 a 1970 
Prefeito: ELIAS PESSOA (Tilia) | Vice- prefeito: Abílio Leite de Oliveira 
Candidatos: Elias Pessoa x Josefa Helena Rodrigues) 
Vereadores eleitos: José Severo Perazzo; Elias Felipe Pessoa; Severino Souto Filho; Manoel Carneiro de Barros; Antônio Marques da Silva; Pedro José de Aragão; José Xavier Pessoa; Arcelino Jorge da Silva  e José Luciano de Lima.

4ª Gestão- de 1971 a 1972 
Prefeito: ABÍLIO LEITE DE OLIVEIRA | Vice-prefeito: Elias Felipe Pessoa
Candidatos: Abílio Leite x Severino Souto  
Vereadores eleitos: Valdeci Damião de Souza; Arcelino Jorge da Silva; José Luciano de Lima; Amaro Nunes da Silva; Antônio Olímpio de Oliveira; Domingos João de Souza; Josefa Helena Rodrigues; Expedito Marques da Silva e João Benedito de Lima.  

5ª Gestão- de 1973 a 1976 
Prefeito: ANTÔNIO FERREIRA DE MELO (Antônio Bolinha) | Vice-prefeito: João Souto de Siqueira
Candidatos: Antônio Ferreira de Melo x José Luciano de Lima
Vereadores eleitos: Josefa Torres da Costa; Maria das Graças Oliveira; Expedito Marques da Silva; Arcelino Jorge da Silva; Luiz Felomeno de Vasconcelos; Miguel Rabêlo Pessoa e Domingos João de Souza.

6ª Gestão- de 1977 a 1983 
Prefeito: ELIAS PESSOA (Tilia) | Vice-prefeito: Luiz Gonzaga Pessoa Leite
Candidatos: Elias Pessoa x José Rabêlo de Vasconcelos
Vereadores eleitos:  José Luciano de Lima; José Mariano de Lima; Expedito Marques da Silva; João Benedito de Lima; Josefa Torres da Costa; Antônio Olímpio de Oliveira  e Inácia Torres Nogueira.

7ª Gestão - de 1983 a 1988 
Prefeito: PEDRO TORRES TUNU | Vice-prefeito: José Luciano de Lima
Candidatos: Pedro Torres Tunu x Pedro Perazzo
Vereadores eleitos: Hidalberto Ferreira Lima; José Bernardo da Silva; Expedito Marques da Silva; Luiz Leopoldino da Silva; Severino Raimundo de Souza; José Mariano de Lima; Antônio Lopes de Oliveira; Firmo Damião da Silva e José Ferreira de Lira.

8ª Gestão- de 1989 a 1992 
Prefeito: VITALINO PATRIOTA NETO | Vice-prefeito: João Martins Feitoza
Candidatos: Vitalino Patriota Neto x Edimilson Policarpo
Vereadores eleitos:  José Marçal Nogueira; Expedito Marques da Silva; Inácio Marques da Silva; Expedito Pulquério da Silva; Antônio Lopes de Oliveira; José Bernardo Irmão; Antônio Rabêlo Pessoa; João Simião Leandro e José Mariano de Lima.

9ª Gestão - de 1993 a 1996 
Prefeito: PEDRO TORRES TUNU | Vice- prefeito: Domingos Sávio da Costa Torres
(candidato único)
Vereadores eleitos:  João Martins Feitoza; Expedito Marques da Silva; Expedito Pulquério da Silva; Pedro Romero Perazzo Leite; Inácio Marques da Silva; José Marçal Nogueira; José Bernardo da Silva; Francisco Inácio Pessoa e  Antônio Rabêlo Pessoa.

10ª Gestão - de 1997 a 2000 
Prefeito: VITALINO PATRIOTA NETO | Vice- prefeito: Expedito Marques da Silva
Candidatos: Vitalino Patriota Neto x Antônio Rabêlo Pessoa
Vereadores eleitos: Inácio Marques da Silva; Francisco Inácio Pessoa; José Angelo da Silva; Adeilsa Rodrigues; Antonio Walmir Batista Tunu; Expedito Pulquério da Silva; Pedro Romero Perazzo Leite; Jose Orlando Ferreira e João Benedito de Lima.

11ª Gestão – 2001 a 2004 
Prefeito: VITALINO PATRIOTA NETO | Vice-prefeito: Antônio Rabêlo Pessoa
Candidatos: Vitalino Patriota Neto x Domingo Sávio da Costa Torres
Vereadores eleitos: Inácio Marques da Silva; Francisco Inácio Pessoa; Antonio Walmir Batista Tunu; Pedro Romero Perazzo Leite; João Benedito de Lima; José Humberto de Siqueira Melo; José Reginaldo dos Santos; José Wilson Freitas Souto e Joel Gomes Pessoa.

12ª Gestão– de 2005 a 2008 
Prefeito: DOMINGOS SÁVIO DA COSTA TORRES | Vice-prefeito: Pedro Romero Perazzo Leite
Candidatos: Domingo Sávio da Costa Torres x João Felipe Leite de Souza (Dão)
Vereadores eleitos: Expedito Marques da Silva; Joel Gomes Pessoa; José Ivanildo da Silva; José Paulo de Souza; José Wilson Freitas; Josefa Rabêlo Pessoa; Sebastião Nunes de Sales; Francisco Inácio Pessoa e  Francisco Sávio da Silva 

13ª Gestão – de 2009 a 2012 
Prefeito: DOMINGOS SÁVIO DA COSTA TORRES | Vice-prefeito: Pedro Romero Perazzo Leite 
Candidatos: Domingo Sávio da Costa Torres x Vanilda Torres Patriota 
Vereadores eleitos: Arlã Markson Gomes de Souza; Edvan Cesar Pessoa da Silva; Francisco Sávio da Silva; Idelbrando Valdevino da Silva; Joel Gomes Pessoa; José Ivanildo da Silva; José Paulo de Souza; Sebastião Cezar da Silva Alves e Sebastião Nunes de Sales. 

14ª Gestão – de 2013 a 2016 
Prefeito: EDVAN CÉSAR PESSOA DA SILVA (DÊVA) | Vice-prefeito: Ivai Cavalcante
Candidatos: Edvan Cesar Pessoa da Silva x Valmir Tunu  
Vereadores eleitos:  Thiago Elias de Souza Lima; Danilo Augusto Oliveira Pereira Nunes; Joel Gomes Pessoa; Arlã Markson Gomes de Souza; Francisco Sávio da Silva; Idelbrando Valdevino da Silva; Sebastião Nunes de Sales; Diogenes Torres da Costa Patriota e  Hidalberto Ferreira de Lima.

15ª Gestão – atual 
Prefeito: DOMINGOS SÁVIO DA COSTA TORRES | Vice-prefeito: Sebastião Nnes de Sales (Tanta)
Candidatos: Edvan Cesar Pessoa da Silva x Domingos SAvio da Costa Torres
Vereadores eleitos: Antônio Valmir Batista Tunu; Danilo Augusto Oliveira Pereira Nunes; Arlã Markson Gomes de Souza; Idelbrando Valdevino da Silva; Jefferson Plécio Silvestre Galvão; José Orlando Ferreira; Diogenes Torres da Costa Patriota; Vanda Lúcia Cavalcante Silvestre e  Priscilla Leite de Menezes.

Tárcio Oliveira 
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

A NOITE ERA UMA FESTA (CLUBES, BARES, BOATES E DANCETERIAS...)


Pergunte-se a qualquer adulto com mais de 40 anos sobre as noites de fim de semana em Tuparetama nas décadas de 80 e 90. Com certeza todos lembram que as noites eram muito mais animadas e festivas que hoje em dia. Apesar das crises econômicas, do desemprego e da desigualdade social bem maior que agora, apesar da falta de recursos tecnológicos que dispomos no presente, a gente se divertia e dançava muito, mas muito mais!  Havia mais contato pessoal e ao vivo, mais conversas entre amigos, mais dança de casais agarradinhos e ainda não sofríamos a epidemia atual de drogas e violência (roubos, assaltos, assassinatos) que sofremos hoje.  

Banda Mel, sucesso da época
O período de 1985 a 1995 foi o chamado auge das noites festivas em Tuparetama. As segundas-feiras eram o dia da semana com maior público nas boites, todas elas ficavam lotadas, assim como os bancos da praça e as calçadas do centro da cidade. Era grande também a quantidade de jovens e adultos que vinham das cidades vizinhas para as segundas-feiras em Tuparetama. Mas a animação noturna da cidade não se resumia somente às segundas-feiras. 

Da sexta-feira à segunda, todas as noites, nossos bares e boites ficavam lotados, tocando nas caixas de som os sucessos do momento que eram as trilhas sonoras internacionais das novelas, os melôs de Kid Abelha e bandas do Cassino do Chacrinha, as lambadas de Beto Barbosa, Luiz Caldas e Sarajane, todas as faixas de Mastruz Com Leite, Cavalo de Pau etc etc.... E depois de dançar e beber a gente ia matar a fome com os vendedores das calçadas: havia rolete de cana, churros com doce de leite e pra quem tinha uns trocados a mais no bolso havia os sandubas do trailer de Dona Fátima Bante

E quais eram os locais de lazer e diversão da cidade entre os anos 70 e 90? Vamos aos mais "famosos" e que ficaram em nossas lembranças:


DISC-JÓQUEI CLUBE- de propriedade de Caetano Severino de Araújo. Localizado na Rua Cel. Manoel Benedito, funcionou entre 1977 e 1978. 

BOITE CORAÇÃO ALADO – dos proprietários Quitéria e José Bernardo Irmão, situado na Rua Cel. Manoel Benedito, funcionou por mais de 15 anos, de 1981 a 1997. O nome faz referência à novela de sucesso na época de sua inauguração, exibida pela Rede Globo, a única emissora cujo canal era captado na cidade.

SCORPIONS- Funcionou no 1º andar do imóvel de propriedade de Luizinho Perazzzo (Luiz Gonzaga Perazzo) na Rua Cel. Manoel Benedito. Foi inaugurada em 1985 e no decorrer dos anos mudou de empresários, passando por diversas denominações. Sua última denominação foi Kurto Sircuit Dance no final dos anos 90. Era muito comum no local a realização de desfiles de moda e concursos de beleza juvenil com rapazes e moças da época. 

SPAZZIO -de propriedade de Vanderlan Pessoa Moraes, funcionava no 1º andar do imóvel situado à margem da PE-275, na Av. Central. Abriu de 1989 a 1997. 

DANCETERIA LIDER - de propriedade de Claudinaldo Ferreira Martins, situado na Av. Central, funcionou em 1997; 

PALHOÇÃO DO FORRÓ- de propriedade de João Ramos da Silva, localizado na Rua São Pedro, na Vila Bom Jesus, funcionou de 05 de outubro de 1996 a 27 de maio de 1998. 

BARES

Segundo levantamento feito na cidade em 1997, Tuparetama possuía na época 92 bares, sendo 72 na cidade e 20 na Vila Bom Jesus. Os bares sempre foram e continuam sendo ainda hoje os ‘locais de lazer’ em maior número na cidade e mais frequentados. Em geral oferecem comidas ou petiscos (tira-gosto) da culinária tradicional da região. Muitos possuem sinucas. Os bares de Tuparetama funcionam em sua grande maioria nas próprias residências dos seus donos. São instalações características das cidadezinha do interior, instalações simples, sem preocupações com visual ou decoração. 

Tárcio Oliveira 
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

SE VOCÊ TEM MAIS DE 30 ANOS JÁ DANÇOU OUVINDO UMA DESSAS BANDAS DE TUPARETAMA


Terra de bons músicos e bons cantores, não faltou em Tuparetama a formação de bandas de baile e de forró, que antigamente a gente chamava de "conjunto musical" ou simplesmente "conjunto". Até a publicação de TUPARETAMA-O LIVRO DO MUNICÍPIO, em 1999, fizemos um levantamento e um breve histórico das principais bandas que tocaram e animaram festas e eventos na cidade e na região.  De 2000 para cá outras bandas surgiram e algumas permanecem, mas voltemos por enquanto às bandas que pesquisamos. Se você tem mais de 30 anos  provavelmente já ouviu algumas delas tocando ou já dançou bastante com:

Orquestra Áurea (1977- 1981) 
Banda formada por Severino Souto Filho, Aldo R.S. S. Campos, Adauto Antônio Pessoa, Pedro Fernandes de Araújo, Cícero José Guimarães, Leônidas Leite de Siqueira, José Perazzo Filho, Antônio Magalhães, Jânio Meira Nóbrega, José Severo da Silva Filho (Dudé) e João Sarinha. Inicialmente a orquestra teve como maestro Paulo Rocha. No estandarte da banda, bordado em veludo vermelho por Dona Zizi, consta o nome de Severino Souto Filho como regente. Sua estréia foi no carnaval de 1979 em Tuparetama.


Os Diagonais (1973-1974) 
 Conjunto montado por Ivanildo de França Barros (Negão), com os seguintes componentes: Negão (violão e voz); Leônidas Souto (saxofone); Aldo Souto (saxofone); Antônio Barbosa Magalhães (piston); Dudé (bateria)

Pajeú Som  (1986-1987) 
Conjunto formado por Chagas (baterista); José Anchieta Lopes (vocalista); Antônio Fernandes (violão); Fernando (sanfona). Teve seu nome mudado para HABEAS-CORPUS mantendo os mesmos componentes. 

Os Diamantes (1988- 1994) 
Banda formada e empresariada por Josimar Guedes Mota com João Sarinha, Vanja, Cléber e Gilberto. 

Regional de Totinha- (1986-1987) 
Pequeno conjunto liderado por Antônio Mendes Bezerra (Totinha Flandreleiro). Fez algumas apresentações em bares da cidade e em reuniões do prefeito Pedro Tunu nas comunidades rurais de Tuparetama.

Uirapuru (1987 ) 
Banda formada e empresariada por José Liberal Filho, com repertório que incluia forró e serestas. Teve como formação inicial os músicos Biu de Quinca (sanfona), Danga (bateria), Discoteca (violão e guitarra), Liberal e Chico do Agave (vocal). Em 1993 a banda mudou sua denominação para Banda Chove-Não-Molha, nome mantido até 2000.  Em seguida adotou o nome Banda Saia Sem Zíper. Outros componentes que passaram pela banda: Expedito (sanfona), Inaldo (bateria), Galego (guitarra), Vanúbia (vocal) e Valdineide (vocal ), Vanja (sanfona), Zé Pelé (Bateria), Evair (baixo), Negão (vocal)

Raça do Pajeú (1992- 2000) 
Conjunto criado por Pedro Torres Tunu em 1992. Com apoio da Prefeitura Municipal, a Banda Raça do Pajeú deveria ser, no ideal de Pedro Tunu, uma concentração dos melhores músicos da região, com uma linha de trabalho voltada exclusivamente para a valorização da cultura e dos compositores locais, com apresentações intercaladas de poesias, repentes, mensagens políticas e educativas. 

Para a formação original foram convocados os músicos Genilson e Demétrios (Sertânia), Bira Marcolino, Sales Rocha e Mário Jorge Liberal Soares. Por razões diversas em sua trajetória inicial,  a idéia de Pedro Tunu não chegou a ser totalmente ‘assimilada’ pelo conjunto. Já com repertório eclético incluindo forró, rock, MPB e até canções internacionais, a banda simplificou o nome para Banda Raça e passou a viajar por Pernambuco e estados vizinhos com nova formação. 

Em 1997 gravou seu primeiro CD de forró, passando a adotar o nome Pancada de Amor, que, segundo seus produtores, seria um nome mais comercial.  A produção do CD e do show da banda seguia o padrão de bandas como Mastruz com Leite e Magníficos, na época grandes sucessos de venda e de público. Segundo Pedro Tunu e equipe, o CD teve sua distribuição e divulgação mal executadas e trouxe enorme prejuízo financeiro. Pedro Tunu acabou, finalmente, abrindo mão do seu sonho de empresário musical e arrendando a banda para os próprios músicos. Nessa época a banda já não contava com nenhum músico de Tuparetama e sua sede era a cidade de São José do Egito. 

Os Gota-Serena (1993-1995) 
Banda de forró criada em abril de 1993 por Valmir Tunu com incentivo do então prefeito Pedro Tunu. Teve em sua formação inicial Expedito (sanfona), Dida Tizer (sanfona), Danga (zabumba), Zé Ganchão (triângulo), Alôncio (cavaquinho), Joia Aguiar (vocalista), Chico do Agave (vocalista) e Vanusa (vocalista). Em junho de 94 o conjunto mudou sua denominação para Banda Pingo de Mel

Banda Fura-Barreira- Um furacão de amor (1997) 
Fundada em 11 de agosto de 1997, quando participou de um concurso de calouros promovido pela Escola Cônego Olímpio Torres em comemoração ao dia do estudante. “Menina linda” foi a primeira música da banda, composta para o concurso e premiada com o 1º lugar.. Componentes: Ivandelso Borge (empresário e compositor) José Jadeilson (vocalista), Luciano Américo (baterista), José Edson Medeiros (percussionista), Luceildo Américo (triângulo), Elton José (vocalista), Damião (tecladista), Adeilson (vocalista). Outras músicas do repertório da banda, da autoria de Ivandelso Borge foram: Jardim do meu amor; Diz que quer ficar comigo; Banho a dois; Pega o doido; Um furacão de amor.


Tárcio Oliveira 
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

A PRIMEIRA BANDA DE TUPARETAMA


A Philarmônica Bom Jesus, fundada em 1935, foi a primeira orquestra musical de Tuparetama. A sua criação contou inicialmente com quase cinquenta envolvidos e o nome foi proposto pelo então jovem Severino Souto, que viria a ser mais tarde o 1º prefeito do município.  A ata da reunião de fundação da orquestra detalha como se deu a organização formal da iniciativa no povoado Bom Jesus: 

Estando reunidos quarenta e seis cidadãos foi aclamado o sr. João Venâncio Aragão para presidir os trabalhos, e o sr. Domingos de Siqueira e Silva para secretariar. Usa da palavra o sr. João Venâncio e diz sobre os motivos da reunião, que tinha por fim a fundação de uma Sociedade Musical que vinha satisfazer as aspirações do povoado. 

Consultando os presentes põe em discussão a proposta, a qual é aprovada por unanimidade, ouvindo-se neste momento uma salva de palmas. Pede a palavra o Sr. Severino Souto e propõe o nome de Philarmônica Bom Jesus, posta a votos, é esta unanimemente aprovada. Pede a palavra o sócio João Batista de Lima e propõe que seja marcada uma jóia de cinco mil réis para todos os fundadores e paga na mesma ocasião a primeira mensalidade de dois mil réis. Posta a votos, é esta unanimemente aprovada, sendo imediatamente feita a arrecadação, atingindo seiscentos e quinze mil réis. 

Vem à mesa uma proposta para se fazer imediatamente a eleição da Diretoria efetiva para o primeiro período o qual será oportunamente fixado. Posta a votos, é esta proposta unanimemente aprovada, em seguida procede-se a eleição por aclamação dando o seguinte resultado: Presidente: João Venâncio do Aragão; Vice-Presidente: João Batista de Lima; Diretor do Corpo Musical: Severino Souto Siqueira; Orador: Rivaldo Dantas; Secretário Geral: Domingos Siqueira e Silva; Oradora: Maria José Viana; Tesoureiro: Francisco Zeferino Pessoa; Procurador: Severino Jerônimo Cabral; Fiscal: João Souto Siqueira; Segundo Secretário: Carmelita Viana

Preenchida a Diretoria por aclamação, usa da palavra o Sr. João Venâncio declarando todos empossados, ouvindo-se neste momento muitos hurhas à nova associação. Já estando a hora muito adiantada, o presidente dá por encerrados os trabalhos e diz que oportunamente marcará uma nova reunião e eu abaixo assinado servindo de secretário escrevi e assino. Bom Jesus, povoado de Afogados da Ingazeira, em 10 de maio de 1935.” 

Os primeiros componentes (músicos)  da Philarmônica Bom Jesus foram: 
Elias Felipe; Francisco Perazzo; Francisco Zeferino Pessoa; João Venâncio do Aragão; Severino Jerônimo Sobral; Severino Sobral (Bilú); Domingos de Siqueira Brito; Geovane Cavalcante Venâncio; Demétrios; Oscar Souto de Siqueira; Manoel Viana, Paulo Rocha, Abelardo Menezes; Valfredo Leite de Souza; Demóstenes Silvestre; Pedro Rocha; Leôncio Silvestre; Berto Leite; João Silvestre; Pedro Damião; Lucas Silvestre; Antenor Nogueira. 

Maestros
1º maestro: José Marques da Luz (Zé Duro) de 1935 a 1937;
2º maestro: Ulisses de Souza Lima,  de maio a agosto de 1937;
3º maestro: Severino Feitoza, agosto de 1937 – contratado somente para ensaiar a banda para as festas de Bonfim e Espírito Santo (Itapetim)
4º maestro: Frutuoso Guimarães, setembro de 1937
5º maestro: Ulisses de Souza Lima, permanecendo até 1941
6º maestro: Enock Viana, membro da própria Banda, escolhido para ser o regente provisório em fevereiro de 1941
7º maestro: Paulo Rocha, em 1957 já era regente da Banda.

Tárcio Oliveira 
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

O PRIMEIRO LIVRO DA HISTÓRIA DO MUNICÍPIO




Nessa terça-feira, 11 de abril de 2017, a Câmara de Vereadores de Tuparetama realiza uma Sessão Solene alusiva ao 55º aniversário de criação do município. Tenho a honra de estar entre as pessoas que serão homenageadas. No meu caso, pela autoria de “Tuparetama, o livro do município” o primeiro e até agora único livro sobre o município e sua história. 

No próximo mês, em maio, completam-se 18 anos de sua publicação. O livro está desatualizado, possui falhas de revisão e traz algumas informações que precisam ser corrigidas ou complementadas. Pretendemos fazer esse trabalho mas falta, no momento, tempo disponível e patrocínio. 

Embora eu seja o homenageado pela idéia do livro e por sua redação, na verdade a homenagem deve ser estendida a todas as pessoas que contribuíram para a realização desse trabalho. Ninguém faz nada sozinho por isso devemos desconfiar sempre de quem briga chora e esperneia por “paternidade” ou “maternidade” de qualquer projeto, evento ou idéia. O sucesso de toda empreitada está na força da equipe envolvida e no reconhecimento dos colaboradores e parceiros. Nenhum desejo de autopromoção deve suplantar esse preceito ético e sensato. 


Nosso trabalho de pesquisa sobre a história de Tuparetama começou com a criação da Casa da Cultura em 1986 na gestão do prefeito Pedro Tunu. Mas não fomos os pioneiros no intuito de pesquisar e documentar a história do município. Lembro que na minha infância, na escola, alguns professores já demonstravam essa preocupação desenvolvendo pesquisas com estudantes, a exemplo de Dona Vanda Perazzo

No período entre a criação da Casa da Cultura e a publicação do livro, produzimos algumas apostilas que apesar de falhas e limitadas auxiliaram os estudos e consultas a respeito da história e dos aspectos sócio-culturais de Tuparetama. Em 1998 o prefeito Vitalino Patriota (na sua 2ª gestão) nos incentivou e deu total apoio à execução do trabalho de pesquisa mais aprofundada, abraçando a idéia da publicação do livro, que tornou-se realidade em 1999. 

Nesse período a equipe da CASA DA CULTURA DE TUPARETAMA era composta por Creuza Francisca Maciel, Denize Renato de Souza, Emanuel de Souza, Geralda Nogueira da Silva, Heloisa Alves da Silva, Helena Rita de Oliveira, José Galdino dos Santos, Luzia de Siqueira Melo, Luciana Moreira da Silva, Lucena Chalega, Maria Aparecida Leite Gomes, Mário Jorge Liberal Soares, Maria do Socorro Silva Leandro e pelos professores de dança (CDPT) Fabian de Queiroz e Rejânia Aparecida de Brito

A execução da PESQUISA para o livro foi chefiada por Maria Emília Lopes Nogueira e os Pesquisadores de campo foram Geralda Nogueira da Silva (Aldinha), José Galdino dos Santos, Maria Aparecida Leite Gomes e Mário Jorge Liberal Soares. A eles coube as entrevistas com pessoas de idade e memórias vivas da cidade, familiares e parentes de políticos e figuras históricas, coleta de dados e fontes em órgão públicos, checagem de datas e informações. Enfim foram eles que alimentaram a fonte do meu texto e sofreram com minhas cobranças. 

Por fim, no encerramento de Tuparetama, o livro do município, dedicamos uma página de agradecimento aos conterrâneos que contribuíram com suas informações para nossa pesquisa. Foram eles, por ordem alfabética: Antônio Olímpio de Oliveira, Antônio Wlisses, Antônio Clementino Lopes, Maria Aldvan Perazzo, Antônio de Paula Nogueira, Bebeto Severo, Carolina Lima, Carmelita Lucas, Datargnan Felipe, Expedito Marques da Silva, Elizabethe Leite, Ediraldo Oliveira, Emília Lima, Edvan César Pessoa, Eutrópia Perazzo (Tofinha), José Felipe Leite, Francisca Fidélis, Francisco Leite Perazzo, Luiz Gonzaga Pessoa Leite, Hidalberto Lima, Hilda Meira Nóbrega, Helena Teonila Souto de S. Campos, Inaldo Marques da Silva, Inácio Marques da Silva, Ivandelso Borge Sobrinho, Jacinto Antônio de Lima Júnior, Jânio Guedes, Josefa Helena Rodrigues, Joaquim Filomeno, Joana Darck Marinho, Josefa Souto, João Lima, Josefa Tunu da Costa, Josemar Rabêlo de Vasconcelos, Jacinta Ferreira Neves (Jacinta Valentim), José Luciano de Lima, Luiz Leopoldino, Lourival Quintino, Maria de Lourdes Dias, Maria Lúcia Ferreira Batista , Maria de Lourdes Souza, Marinete Pessoa, Mª Angélica de Oliveira (Dalia), Mª do Carmo Dias, Maria de Lourdes Lima, Neto Benedito, Maria Eudes Leite de Souza, Neuza Balbina, Osvaldo Siqueira Silva, Quitéria Pessoa, Sílvio Souto e Valfredo Leite.

Tárcio Oliveira
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

QUANDO O CANGACEIRO ZEZÉ PATRIOTA ASSOMBROU BOM JESUS

Foto: Bando de Antônio Silvino

Nas primeiras décadas do século passado grupos de homens armados, justiceiros e ao mesmo tempo saqueadores amedrontavam o sertão nordestino. Eram os chamados cangaceiros sendo Lampião e seu bando o mais famoso deles. Na nossa região, sertão do Pajeú na divisa com a Paraíba tiveram atuação mais recorrente dois bandos, o do cangaceiro Antônio Silvino e o comandado por Zezé Patriota. 

O grupo chefiado por Zezé Patriota teve curta duração e também ganhou fama pela pervesidade que praticava. Um exemplo da crueldade com que atuava Zezé Patriota e seu bando aconteceu na zona rural de Tuparetama, na estrada entre o sítio Seixo e a Liberdade. 

Para seu azar, o agricultor e pai de família Francisco Fidélis topou com Zezé Patriota e parceiros quando se dirigia para a casa onde morava, no Sítio Melancias. Francisco Fidélis foi reconhecido pelo cangaceiro, que o tinha entre os desafetos. É que anos atrás, numa festa junina, ao disparar um tiro de bacamarte durante as comemorações no terreiro em torno da fogueira (tradição muito presente nas festividades da época) um menino parente de Zezé Patriota fora atingido e falecera. A tragédia foi acidental, mas o cangaceiro jurou vingar a morte do parente. E a oportunidade surgiu naquela tarde no caminho da Liberdade. 

Punhais artesanais usados por cangaceiros e sertanejos
Foto do pesquisador Denis Carvalho/ Fonte: Blog Lampião Aceso
Antes de matar o agricultor Francisco Fidélis, os cangaceiros arrancaram suas unhas e seus olhos a ponta de faca, O crime chocou e deixou assustada a população do povoado(***). 

Por motivo das investidas dos bandos da cangaceiros na região, por essa época, em 1926 as senhoras Francisquinha Venâncio, Clara Véras e Ritinha Gabriel doaram à Capela do Sagrado Coração de Jesus, na Vila Bom Jesus (hoje Tuparetama) a imagem de Nossa Senhora do Desterro, como pagamento antecipado de uma promessa para ‘desterrar os revoltosos, jagunços e bandidos que revolucionavam a região’. Segundo os mais antigos¹, a comunidade considerou de muito êxito tal promessa, pois com a chegada da imagem da santa, eles se afastaram da região. 

Cruz marca o local onde Zezé Patriota foi morto
De fato em 1927 foi morto o cangaceiro Zezé Patriota aos 31 anos de idade na divisa entre Pernambuco e Paraíba. O fato ocorreu em 30 de agosto, pela volante do tenente Alencar

Há um bom tempo o tenente Alencar fazia diligências para pegar o cangaceiro e a oportunidade finalmente surgiu no dia de feira de Umburanas (hoje, Itapetim) quando encontrou os irmãos de Zezé Patriota, chamados de Caboclinho e Levino Patriota. Caboclinho conseguiu escapar do interrogatório mas Levino foi espancado e forçado a informar o paradeiro de Zezé Patriota. 

O tenente seguiu com o policiamento ao encalço do cangaceiro. No caminho cercaram e trocaram tiros com parte do bando de Zezé na fazenda São Pedro indo em seguida para o Sítio Mocambo. Avisado da aproximação do tenente Alencar e sua volante, Zezé Patriota não fugiu. Havia sido baleado na perna num confronto dias antes noutra fazenda e estava com o membro granguenado. 

Ao chegar no local onde estava o Zezé Patriota ferido e debilitado, o tenente Alencar certificou-se de que se tratava do cangaceiro procurado e deu ordem para os soldados atirarem. Zezé morreu no local, sem reagir. Contam que ele só foi enterrado dois dias depois, por familiares, no cemitério de Umburanas. 

Tárcio Oliveira
Com informações orais coletadas de Elias Souto (Tuparetama) 
e via internet, atribuídas a Bernardo Garappa Ferreira (Itapetim).
(¹) As informações foram dadas por Eutrópia Perazo (Tofinha) e Valfredo Leite, 
durante a pesquisa para o Tuparetama, Livro do Município, em 1998 e 1999

OS PRIMEIROS PROTESTANTES E EVANGÉLICOS

Até 1999 quando foi publicado "Tuparetama - o livro do município" A Assembléia de Deus era a igreja protestante com maior número de fiéis em Tuparetama. 

As denominações de protestantes, evangélicos e pentecostal são recentes. Antigamente, no interior, os cristãos não católicos eram comumente designados como "crentes".

Entre os primeiros crentes de Tuparetama, são lembrados os nomes de João Emídio, Irene Benedito, Antônia Benedito, Joventino Emídio, Boa Ventura, Francisco Silvestre da Silva, Maria Dalva Barbosa, Jacinto Rafael de Lira, Josefa Rodrigues, Seu Pereira e sua esposa Maria, José Luiz, Ana Pastora Mariano, Francisco Mariano, Luizete e Marinete e Terezinha Martins Oliveira.

João Emídio Ferreira, um dos primeiros protestantes de Tuparetama, foi também o primeiro Diácono da Assembléia de Deus desta cidade.  Nasceu em Caruaru, filho de Emídio Ferreira de Oliveira e Mª Alexandrina da Conceição. Órfão de pai, veio para esta região aos três anos de idade, trazido por Andrelino Rafael que o criou. Casou-se em 26 de dezembro de 1942 e no ano seguinte entrou para a Assembléia de Deus, religião que abraçou até a morte aos 11 de abril de 1985.

A convivência entre católicos (maioria da população) e protestantes sempre foi pacífica embora os crentes sofressem preconceitos e discriminação. Era muito utilizado o apelido de ‘bodes’ como alusão ao modo de orarem em voz alta e com gritos. Ao passarem em frente à igreja, nos dias de culto, pessoas e crianças zombavam imitando o berro do bode. Geralmente mais pobres, os primeiros evangélicos também foram mantidos à parte da ‘vida social’ de Tuparetama. Felizmente em nossos dias nota-se respeito à opção de credo, ao diálogo e convivência com as confissões religiosas não católicas e o tempo de zombaria ficou no passado.

A primeira igreja da Assembléia de Deus foi construída em 14 de maio de 1972 na Rua Argemiro Leite. A segunda igreja, bem maior, em 15 de julho de 1991 na Rua Odilon Leite de Andrade. A igreja de Santa Rita foi construída em agosto de 1973. A igreja do Bairro Bom Jesus foi fundada em 09 de agosto de 1987 e teve como primeiro responsável o Pr. Francisco Chagas Correia. A Assembléia de Deus da cidade e do Distrito Santa Rita teve como primeiros responsáveis o Pr. Manoel Justino e o  Pr. João Severino Fernandes.

Tárcio Oliveira 
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

COMO A GENTE SE COMUNICAVA ANTES DO CELULAR E DA INTERNET


Deve ser muito difícil para as novas gerações imaginarem uma sociedade sem os atuais meios de comunicação, sobretudo sem telefonia móvel (celular) e sem internet. Mas até os anos 80 os únicos meios de comunicação em Tuparetama como na maioria das pequenas cidades do interior, eram os Correios, ou seja, cartas e telegramas. E antes do telegrama havia o telégrafo. Então a presença de uma agência dos Correios na cidade era muito importante, assim como era muito respeitada e valorizada a figura do funcionário, agente dos Correios e Telégrafos.

A agência dos Correios de Tuparetama foi implantada em 1937, quando foi nomeada a funcionária Maria do Carmo Dias. Até 1937 funcionava nesta localidade apenas um posto ligado à agência de Afogados da Ingazeira. As correspondências e encomendas vinham a cavalo daquela cidade. Antes do posto as correspondências eram trazidas de Afogados e levadas até lá por Antônio Deodato (conhecido por Negro Senhor).

Com a instalação do posto o serviço passou a ser mais bem organizado, tendo como agente local Argemiro de Souza Leite. Assassinado ainda jovem, no local do trabalho, Argemiro foi substituído por José Barbosa que por sua vez foi substituído por Maria do Carmo Dias quando se instalou nossa agência. O telégrafo já funcionava desde 1924, tendo como primeiro telegrafista Elias Martins, de Carnaíba. Esse serviço foi desinstalado em 1982 sendo Mª das Graças Luciano sua última funcionária.

Os primeiros telefones fixos em Tuparetama foram instalados em 1981, durante a administração do prefeito Elias Pessoa, no Posto Telefônico da TELPE (empresa estatal do governo estadual). Esse posto, com cabines para uso da população, funcionou inicialmente no prédio da Prefeitura Municipal na Rua Santa Cecília. Depois com a mudança da Prefeitura para o prédio atual, na Avenida Central, o posto de telefonia também passou a funcionar na sala do térreo da Prefeitura.

As pessoas eram chamadas ao Posto da TELPE para atender as ligações através de um serviço de difusora instalado no centro da cidade. Duas frases muito utilizadas pelas telefonistas ficaram marcadas na memória das pessoas dessa época: "PS TELPE chamando fulano de tal. Alguém lhe espera em linha"  e "ATENÇÃO FULANO DE TAL, COMPAREÇA AO PS TELPE. Alguém lhe aguarda em linha".  Eram comuns as filas e longas esperas por um telefonema no Posto da TELPE sobretudo aos domingos e feriados. Certamente o trabalho de telefonista era um dos mais estressantes, algumas das "sofredoras" telefonistas do PS TELPE de Tuparetama foram Luzinete Moura, Maria de Cateta, Jacinta Marques, Helena Rita Oliveira, Glorinha Damião e Aparecida Leite.

Os primeiros telefones residenciais e comerciais só foram instalados em 1994 (antes, os poucos telefones particulares funcionavam como ramais do posto da TELPE). A instalação de orelhões na cidade e ampliação da rede telefônica, com instalação de novas linhas aconteceu em 1996. Com a venda (privatização) da Embratel e da TELPE, estatais responsáveis pelas telecomunicações, os serviços passaram a ser oferecidos e comercializados por empresas privadas como Telemar e TIM.

Tárcio Oliveira
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

FORNECIMENTOS DE ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS NA HISTÓRIA DE TUPARETAMA


A energia elétrica só chegou a Tuparetama no ano de 1966. O marco inicial foi a instalação do poste ao lado do Pajeú Clube (hoje Centro Recreativo Professor Rabêlo). Nossa iluminação pública antes da chegada da rede elétrica teve início por volta dos anos 40. Era precária e se limitava a poucos postes na rua principal e na rua Bom Jesus. A energia era fornecida através de uma caldeira que funcionava com óleo cru. Depois adquiriu-se um motor a óleo diesel, utilizado até a chegada da energia elétrica através da CELPE, em 1966 como citamos acima. 

Na época da ‘energia a motor’ o fornecimento era racionado em razão dos custos. Havia hora certa para desligar o motor, quando a nossa Vila Bom Jesus ficava na escuridão. Diariamente, alguns minutos antes do corte de energia, por volta das 10 horas da noite, o responsável apagava rapidamente as luzes da rua. Era o sinal informando às pessoas que o motor seria desligado em seguida. 

Na foto, à esquerda, o 1º poste, em frente ao antigo Pajeú Clube
Esse motor a diesel ficava instalado numa central de distribuição, um pequeno salão construído na rua Santa Cecília, no local onde hoje funciona o posto de trabalho e almoxarifado dos eletricistas da Prefeitura. 

E quando não havia nem o motor nem a caldeira para fornecer energia elétrica à comunidade? A iluminação noturna limitava-se às casas do povoado. As pessoas com melhores condições financeiras possuíam lamparinas e candeeiros de chaminé de vidro, à querosene. Os mais pobres usavam candeeiros artesanais feitos com folhas de zinco, flandres ou latas vazias e velas. 

E como era o fornecimento do gás para cozinha e de combustível para veículos? 

Até a década de 70 era rara a casa que possuía um fogão a gás. Mesmo nas casas privilegiadas cujas famílias podiam comprar um fogão a gás, era o fogão a lenha ou a carvão vegetal o mais utilizado diariamente, pois o gás de cozinha sempre foi muito caro. A comercialização de gás de cozinha no município inicialmente foi feita por Antônio Wlisses da Silva, em 1966. 

O primeiro posto de combustível construído na cidade foi o Posto Perazzo Filho, de José Perazzo Filho instalado em 1963. Somente muitos anos depois foi construído o Posto Pajeú, de Francisco de Assis Gomes, inaugurado em 21 de junho de 1997. Antes destes postos, a venda de combustível em Tuparetama era feita por Francisco Gomes Ferreira (Chico do Bar) representante de Pedro Salviano, comerciante de São José do Egito. 

Já as experiências com utilização da energia solar em Tuparetama até o final dos anos 90 limitavam-se à propriedade de José Nino Sobral na comunidade rural de Santo Agostinho e à implantação de 05 poços na comunidade Cajueiro, parceria entre a Prefeitura Municipal (gestão de Vitalino Patriota) e Governo do Estado.

Tárcio Oliveira
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações