quarta-feira, 10 de abril de 2019

A 1ª APRESENTAÇÃO DA BANDA FILARMÔNICA PAULO ROCHA

1992 - Mestre Ulisses regendo a Banda Paulo Rocha em sua 1ª apresentação pública

Em 1992 aconteceu a primeira apresentação oficial da Banda Filarmônica Paulo Rocha, sob a regência do inesquecível Mestre Ulisses. A data é merecedora de citação, pois reafirma a importância cultural da Banda Paulo Rocha, patrimônio do município. Num lugar onde Cultura é confundida com evento festivo e onde grupos e bandas não conseguem longevidade, a presença ativa da Banda Paulo Rocha merece nossos aplausos. 

Como ex-diretor e ex-secretário de Cultura nas gestões passadas dos prefeitos Pedro Tunu e Vitalino Patriota, respectivamente criador e renovador da Banda Paulo Rocha, tive o privilégio de acompanhar de perto, passo a passo, todas as ações, dificuldades, superações e realizações da Banda e a trajetória de tantos músicos que por ela passaram. Mais que isso, embora não sendo músico, pude contribuir um pouco com essa história, tendo a satisfação de ser o criador de todos os fardamentos, civis e de gala de 1990 a 2014 utilizados pelos músicos da banda, além das logomarcas da Filarmônica. Integrantes da Banda Marcial Paulo Rocha. 

Mas vamos ao que importa, a história: A trajetória da Banda Paulo Rocha começou no início da década de 80, quando foi criada uma Escola de Música na cidade pelo então prefeito Pedro Torres Tunu. Ele recuperou alguns instrumentos da antiga Filarmônica Bom Jesus e adquiriu outros novos. Foi Pedro Tunu também quem deu o nome de Paulo Rocha à escola e posteriormente à banda. Uma curiosidade interessante é que a escola de música funcionou inicialmente numa sala dentro da Prefeitura Municipal ao lado do gabinete do prefeito. 

O local era provisório mas inconveniente, daí veio a mudança para uma sede mais apropriada, num armazém na travessa Andrelino Rafael. Os primeiros alunos da escola de música formaram a Banda Marcial Paulo Rocha que chegou a apresentar-se com mais de 60 componentes nos desfiles de 7 de setembro da cidade. 

Em 1990 o Prefeito Vitalino Patriota se empenhou em reativar a Escola e Banda Paulo Rocha. Adquiriu novos instrumentos e contratou o professor Ulisses Lima (Belo Jardim) para as aulas, que aconteceram numa sala da Escola Paroquial. Sob a regência do professor Ulisses e coordenação da Casa da Cultura, formou-se a Banda Filarmônica Paulo Rocha. 

Sua primeira apresentação pública oficial deu-se em 15 de novembro de 1992, data que completa 25 anos. A programação de 15 de novembro de 1992 incluiu alvorada musical pelas ruas da cidade, missa em ação de graças na igreja matriz, retreta no centro da cidade à noite e oferecimento de um coquetel para os músicos e seus familiares. 

Com a saída do professor Ulisses em 1993, os ensaios e regência da banda foram assumidos pelo músico Cheiroso, de Sertânia. Depois de Cheiroso tivemos algumas tentativas rápidas e sem sucesso com outros regentes da região. A retomada do brilhantismo e recuperação da Banda Paulo Rocha do final dos anos 90 até a atualidade se deu pelas mãos de músicos formados pelo Mestre Ulisses, filhos de Tuparetama, ou seja, pelos regentes Mário Jorge Liberal Soares, Cícero Gilvan da Cruz (Doda) e Givanildo Neves. Givanildo é o atual professor de música e regente da Paulo Rocha, sendo também o músico com maior tempo de regência à frente da Banda. 

O apoio e incentivo à Banda Paulo Rocha foi intensivo na gestão do ex-prefeito Dêva Pessoa: através da Secretaria de Cultura foram adquiridos novos fardamentos (de uso regular e de gala) comprados instrumentos de sopro, percussão e bateria, material de manutenção e garantido o pagamento de cachê artístico aos músicos. 

Por Tárcio Oliveira

Homenagem ao Professor Ulisses na Festa dos 40 anos de Tuparetama, no 1º Encontro de Bandas de Música.
Prefeito Vitalino Patriota entrega placa ao regente da Banda Paulo Rocha,  Mário Jorge L. Soares
Momentos diversos da Banda Paulo Rocha sob regências de Cheiroso, Doda e Jorge Soares ( da esquerda para a direita, de cima para baixo)
Regente Givanildo e músicos da geração atual da Banda Paulo Rocha
Banda Paulo Rocha em apresentação de 7 de setembro sob a regência de Doda
Banda Paulo Rocha em apresentação nas comemorações do Cinquentenário do município.



NOTAS DA HISTÓRIA DE TUPARETAMA - A Festa de São Pedro


Não se sabe ao certo o ano da primeira comemoração do dia de São Pedro em Tuparetama. É certo que essa festividade junina ocorria desde o início da formação do povoado, então Bom Jesus, nos anos 20 do século passado. 

O êxito dos primeiros festejos, de acentuada conotação religiosa como eram todas as grandes festas da época, consolidou a data no calendário festivo da localidade atraindo público das cidades e dos povoados circunvizinhos. 

Contam que o destaque da festa de São Pedro em Bom Jesus, já nas décadas de 30 e 40, no auge da Philarmônica Bom Jesus, era o baile com orquestras que acontecia num armazém da rua central do povoado, de propriedade do fazendeiro e senhor de posses, Francisco Zeferino. Esse armazém não existe mais, hoje em seu local encontra-se o supermercado Nordeste, de Geraldo Perazzo. Nesses bailes de São Pedro e em todos os demais bailes que realizavam no decorrer do ano exigia-se traje a rigor, o que para gente da época significava vestido comprido de saias armadas, engomadas, e para os cavalheiros paletó de linho e gravata, também engomados. 

As bandas e orquestras contratadas eram chamadas pela população de “jaza” (corruptela de Jazz e Jazz-bands) com ritmo e estilo musical de influência americana. Os bailes encerravam-se invariavelmente fora do armazém, na rua, com quadrilhas juninas marcadas por Severino Souto. 

Já como vila (Tupã) a localidade ainda não dispunha de um clube para festas e o armazém tornara-se pequeno para o público.  Foi quando se construiu em 1953 o ‘Palanque de Festas’ com recursos da comunidade, numa área onde está erguida a atual residência de Zezé Benedito, na Rua da Matriz. O tal "palanque" sediou as festas do São Pedro e outros eventos até a construção do Pajeú Clube, em meados dos anos 60. 

A festa do São Pedro decaiu por um longo período, ressurgindo com a administração do prefeito Pedro Tunu, no final dos anos 80, com ênfase nos eventos de rua. É certo dizer que o São Pedro de Tuparetama ganhou força total e firmou-se definitivamente no calendário turístico-cultural da região a partir da administração do prefeito Vitalino Patriota, com investimento na decoração de rua e contratação de grandes bandas e grandes artistas da música popular nordestina. 


Os prefeitos sucessores de Pedro Tunu e Vitalino, ou seja, Sávio Torres e Dêva Pessoa continuaram os esforços da Prefeitura para manter a tradição e grandiosidade que os festejos de São Pedro de Tuparetama alcançaram ao longo dos anos. 

Tárcio Oliveira
Texto revisado de "Tuparetama, o Livro do Município" 
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informaçõe










domingo, 7 de abril de 2019

HISTÓRIA EM FOTOS: CARNAVAIS DE TUPARETAMA

Batucada no bar - Carnaval de 1994
Desfile das Catraias e Banho de Carro-pipa no centro da cidade - Carnaval de 1989
Desfile do Bloco das Catraias pelo centro da cidade - Carnaval de 1989
Catraias posam para a câmera. Em destaque, da esquerda para a direita, "Louro Guarda", "Josa Rabêlo" e "Opala". Carnaval de 1989
Crianças seguram a faixa do Bloco Asa D'Arubu, no Carnaval de 1994.  Em destaque na foto dois foliões tradicionais da cidade, já falecidos: Lucena Chalega (de fantasia com chapéu preto) e João Sarinha (com a mão erguida).
Integrantes do Bloco Asa D'Arubu concentrados para o desfile pelas ruas da cidade, no Carnaval de 1994. 
Carnaval de 1995.  À esquerda as "Catraias" Petrônio Chalega, Jacinto e Cid Jean.  À direita o casal "Zé Pereira e sua Dama" representado pelos amigos foliões Josemar Rabêlo e Carlinhos Cruz.
Carnaval de 1994. À esquerda o casal "Zé Pereira e sua Dama" representado pelos foliões Ediraldo e Estanislau Anastácio e a foliã Lourdinha Souza. À esquerda integrantes da Banda Paulo Rocha acompanham o bloco das Catraias. Em destaque o músico Galego Nascimento.
Integrantes da Cia. de Danças Populares de Tuparetama,  fantasiados para o Baile de Carnaval em 1996, realizado no Ginásio de Esportes.  Da esquerda para a direita Madalena Souza, Rubênia Gois, Rejânia Brito, Simone Tunu,  Solange Souza e Fabian Queiroz (de cócoras).
Concurso de Fantasia Infantil em Matinê no Pajeú Clube. Carnaval de 1995.
À esquerda Luiz do Cabo de Stº Agostinho e a Rainha do Carnaval de 1995.  À direita  carro do desfile de sábado de carnaval com os foliões no Carnaval de 1994.
Acima e abaixo fotos do início do desfile de abertura do Carnaval de 1995, com integrantes da Banda Paulo Rocha, Zé Pereira e sua Dama. Bairro Bom Jesus.

TODAS AS FOTOS SÃO DE AUTORIA DE TÁRCIO OLIVEIRA
Com exceção da 1ª foto (autor ignorado)
As fotos originais pertencem ao acervo fotográfico da Casa da Cultura de Tuparetama

O SOPÃO DE PEDRO TUNU CONTRA O FLAGELO DA FOME


Texto publicado originalmente no blog Tarcio Viu Assim em março de 2019

Para enfrentar o problema da FOME entre a população de Tuparetama, numa época em que o Governo Federal se mostrava ausente e sem políticas públicas de distribuição de renda nem geração de empregos, o Prefeito Pedro Torres Tunu em seu segundo mandato INOVOU criando seus próprios programas sociais de combate à fome. Um deles foi o SACOLÃO, que trataremos num próximo texto, o outro foi o SOPÃO. 

O SOPÃO DE TUPARETAMA 

Mobilizando sua equipe de servidores públicos da Educação, Cultura e Assistência Social, tendo à frente a Secretária de Educação Gracinha Oliveira, com auxílio de Emilia Lopes, Maria José (Galega da Casa da Cultura), Neuman Viana e muitas outras voluntárias, Pedro Tunu passou a produzir e distribuir todas as noites o SOPÃO. 

Com recursos da Prefeitura e algumas doações de açougueiros como o ex-vereador Luiz Leopoldino (foto), grandes caldeirões de sopa eram preparados todas as tardes na SEcretaria de Educação e distribuídos à população em frente à Prefeitura.

Neste momento atual em que o Brasil atravessa um período de retrocesso e perda de direitos, com o risco da volta ao Mapa da Fome, é importante relembramos a dor da FOME e a luta do povo e de gestores como Pedro Tunu contra esse flagelo. 

Na década de 90 o Nordeste sofreu com a fome, um dos efeitos da Seca, causada pelo fenômeno El Niño, que aumenta as temperaturas das águas e traz várias consequências para o clima – entre eles, o agravamento de secas no Nordeste. 

Para os municípios do Pajeú entre eles Tuparetama, as secas da década de 90 foram terríveis devido às mortes de animais e lavouras perdidas. A fome era uma realidade cruel pois não havia nessa época os programas sociais de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Fome Zero. No Nordeste foram 5 milhões de pessoas afetadas. 

Para não morrer de fome, as pessoas faziam saques a depósitos de comida e mercados, levando terror aos comerciantes das cidades e motoristas que transportavam cargas de alimentos nas estradas. 

Em Tuparetama na década de 90 a Prefeitura foi administrada pelos prefeitos Pedro Torres Tunu e Vitalino Patriota, em revezamento eleitoral. Vitalino substituiu Pedro Tunu no final da década de 80, entregou o município a Pedro Tunu em 1993 e voltou à Prefeitura em 1996. De 1993 a 1998 a estiagem castigou o município. 

Tarcio Oliveira