domingo, 26 de março de 2017

A FEIRA LIVRE DA CIDADE



A feira livre de Tuparetama acontece às segundas-feiras, ocupando as ruas Ernesto de Souza Leite, Cel. Manoel Benedito e Santa Cecília. Conta-se que a primeira feira da localidade teria acontecido no dia 18 de agosto de 1900, com a presença de cerca de 90 pessoas.  Há divergências quanto ao local exato onde teria acontecido essa 1ª feira. Em nossas pesquisas os dois pontos mais citados foram o terreno onde hoje temos a rua da Matriz e o espaço sob algumas árvores no terreno próximo à primeira casa da localidade e ponto de venda, do Cel. Manoel Benedito. Esse local, o mais provável, seria onde encontramos hoje a residência dos familiares de Severino Souto.

A realização de feiras  livres pressupunha condensação urbana – povoados ou vilas - sendo inviável realizá-las em núcleos rurais onde o ralo da população, dispersa, não permitisse um bom volume de vendas e trocas. 

Há muita diferença entre as feiras de hoje e as feiras de antigamente mas, de modo geral, nossas feiras ainda são oportunidades de comércio, de troca de mercadorias e de contato social entre os cidadãos da zona rural e da zona urbana. 

Nas feiras de antigamente a divisão de classes sociais se fazia notar inicialmente pelos trajes e meios de transporte utilizados: os fazendeiros e senhores de posse vinham a cavalo, vestidos em terno de linho e chapéu de massa; suas esposas e filhas também vestiam suas melhores roupas e vinham em carros-de-bois. Possuíam casa na rua, ocupada nos dias de feira e de festa.  Já os moradores dos fazendeiros e pequenos agricultores vinham geralmente a pé ou em carros-de-bois, à cabeça chapéu de couro ou palha, ‘peixeira’ em bainha engatada no cós da calça. 

Os vaqueiros eram presença garantida, alguns com seus trajes de couro.  Montavam com orgulho os melhores cavalos do patrão ou seu próprio cavalo que obtinham como prêmio por anos de bons e leais serviços prestados. 

Frequentar a feira era entrar em contato com as notícias das redondezas e colocar os assuntos em dia (lembremos que nas primeiras décadas do século passado não havia qualquer meio de comunicação na região), Era nas feiras que podíamos conhecer as novidades trazidas pelos almocreves e viajantes: as novas modas, os novos tecidos e enfeites, os novos artigos do comércio. Era o momento semanal de rever compadres, comadres, familiares que moravam em outros sítios.  Mas nas feiras acontecia também de alguém encontrar-se com os desafetos, daí surgindo as brigas de faca no meio da rua ou dentro dos hotéis e bodegas, às vezes culminando em morte.

As feiras atraíam os rezadores e vendedores de garrafadas, os fotógrafos com suas máquinas lambe-lambe cujo cenário para fundo das fotos era um lençol suspenso ao modo de cortina numa parede qualquer; os vendedores de fumo de rolo, de óleos e pomadas milagrosas; as doceiras com alfenins, quebra-queixo, cocadas de coco, de leite e as cafofas –o doce de corte- que era a grande sensação e provocava disputas entre os jovens para saber quem conseguia comer maior quantidade de doce. 

Havia os sons da feira, sinfonia singular: sons vindos dos cantadores e repentistas, dos vendedores de cordel declamando os versos dos romances, contando os milagres de Padre Cícero e Frei Damião, as narrações dos atos de crueldade e valentia de Lampião e seu bando, as coisas da terra e da natureza; som das vozes dos animais misturados à gente - galinhas, porcos, bodes, carneiros, bois, cavalos, jumentos, pássaros engaiolados, cachorros pé-duro -;  sons vindos da dança das peixeiras na pedra de amolar, dos carros-de-bois, das colheres nos pratos de metal esmaltado chamados de louça cheios esborrotando de comida cheirosa -mocotó, buchada, bode ou carneiro cozido, farofa, feijão- posta em fartura, sem mesquinhez da cozinheira. 

Havia ainda os bêbados, sobra certa de fim de feira, e às vezes os ciganos com suas adivinhações e leitura de mão, ciganos que despertavam desconfiança e curiosidade com seus excessos nos trajes, nos modos, na fala. 

A feira era a festa, o jornal, o palco, o mercado, o banco, o restaurante, a alma do povoado. 

Tárcio Oliveira 
Texto adaptado de "Tuparetama, o Livro do Município"
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações

terça-feira, 21 de março de 2017

OS 25 ANOS DA LIGA DESPORTIVA DE TUPARETAMA - LDT


Ari Muniz e Vitalino Patriota
A Liga Desportiva de Tuparetama -LDT, foi fundada em 20 de março de 1992, por iniciativa do então prefeito Vitalino Patriota e do diretor de esportes da sua gestão, Ari Muniz, sob orientação da Federação Pernambucana de Futebol-FPF. 

Nesse mesmo ano o município participou pela primeira vez da Copa do Interior, campeonato bienal realizado pela Federação, envolvendo as seleções de futebol de todas as cidades que possuíam Ligas Desportivas filiadas à FPF. 

A abertura oficial do campeonato aconteceu também em Tuparetama no Campo de Futebol Josias Pessoa, com a presença do presidente da Federação Pernambucana e comitiva, além de arbitragem profissional. 

A melhor classificação da seleção de Tuparetama nas Copas do Interior foi em 1996, quando chegou às oitavas de final, ficando entre as oito melhores seleções, das 40 participantes. 

No ano de sua fundação a Liga Desportiva de Tuparetama foi composta pelos times:
  • INDEPENDENTE ESPORTE CLUBE; 
  • SANAÚ CLUBE DE TUPARETAMA, criado em 7 de setembro de 1986 por Ivandelso Borge Sobrinho, Antônio Francisco Lopes, Erivonaldo Gonçalves [Vona de Lôra] e João Batista da Silva [Bita Chumbão], sendo esse último o primeiro artilheiro do clube; 
  • PORTUGUESA FUTEBOL CLUBE DE TUPARETAMA (da Vila Bom Jesus);
  • UNIÃO FUTEBOL CLUBE (do Distrito Santa Rita) e o 
  • BOTAFOGO FUTEBOL CLUBE DE TUPARETAMA. 


A primeira diretoria da LDT foi formada por Ari Muniz (presidente); Adeildo José Patriota (vice-presidente); Tárcio José de Oliveira Silva (secretário); Estanislau Anastácio Bezerra (tesoureiro); Gilvanei José Venâncio (diretor médico); Paulo Balbino Barros (diretor oftalmológico); Antônio José do Nascimento (diretor técnico); José Galdino dos Santos, Carolina Lima de Souza e Maria Emília Lopes Nogueira (conselho fiscal); Vanilda Torres da Costa Patriota, Lucineide Ana de Paiva e Expedito José de Farias (membros suplentes); Adízio José da Silva e Marcos José Soares de Araújo (fiscais escrutinadores); Jânio Guedes Cabral, Ednaldo José Patriota, Quitéria Ferreira Ramos e José Barbosa de Araújo Júnior (junta disciplinar desportiva); Ayron de Carvalho e Leandro Freire Brito Soares (juízes suplentes); Adízio José da Silva (auditor); Marcos José Soares (secretário da junta disciplinar desportiva).

 Atualmente a LDT é presidida pelo professor e ex-vice-prefeito Ivai Cavalcante.

Tárcio Oliveira 
Texto revisado de "Tuparetama, o Livro do Município"
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações




sábado, 11 de março de 2017

O COMEÇO DA VILA BOM JESUS E SUAS PRIMEIRAS IGREJAS



Em 1983 na gestão do prefeito Pedro Torres Tunu a prefeitura iniciou o loteamento do Bairro Bom Jesus, inicialmente denominado Vila Bom Jesus. A vila teve início com a doação de 140 terrenos e de material para a construção das primeiras residências. 

Os terrenos que compõem a área inicial da Vila Bom Jesus foram adquiridos pela Prefeitura, de Otaviano Florêncio (Zé da Barra), Francisco Zeferino (Seu Chiquinho) e José Leopoldino da Silva, sendo que este último já possuía uma casa no local. 

A primeira residência construída no novo loteamento foi o imóvel de propriedade de Moacir Florêncio dos Santos. Num curto período de tempo ergueram-se muitas casas e pontos comerciais, formando ruas e definindo a Vila. 

Foto do acervo da Casa da Cultura de Tuparetama
Ainda no primeiro mandato de Pedro Tunu a prefeitura construiu os prédios públicos do Centro Social Zé Pretão (depois transformado em Creche Municipal e atualmente sede da Casa das Juventudes), da Cadeia e da Escola Francisco Zeferino inaugurados em 1986 durante a visita à cidade do governador do estado, Roberto Magalhães. 

A Assembléia de Deus foi a primeira igreja construída na vila, em 09 de agosto de 1987.

Em 1988 padre Adelmo Santos Simões celebrou a primeira missa católica na Vila Bom Jesus, no terreno doado pela prefeitura para a construção da capela. 

A capela católica foi construída no ano de 1991, com a renda de festas, leilões, rifas e bingos, tendo à frente das promoções a equipe de professoras municipais da Escola Francisco Zeferino e líderes comunitários como Luiz Leopoldino e Pedro Cordeiro. 

A primeira missa na capela foi celebrada em 1991 pelo padre Alberto Rodrigues, quando foi escolhida, em reunião com os fiéis e líderes comunitários, a padroeira da capela, Nossa Senhora da Conceição (Imaculada Conceição). A imagem da santa foi doada por Pedro Tunu. A promoção da festa da padroeira teve início naquele mesmo ano, no mês de dezembro. 

Tárcio Oliveira 
Texto revisado de "Tuparetama, o Livro do Município"
Por gentileza citar a fonte e autor ao utilizar essas informações